O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Seu diagnóstico é clínico e envolve a observação de diversos aspectos do desenvolvimento, como habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Os sinais geralmente aparecem na infância, mas o autismo acompanha o indivíduo ao longo de toda a vida.

Durante minha atuação como psicóloga clínica, tenho a oportunidade de acompanhar de perto pessoas com TEA, entendendo suas singularidades e as múltiplas formas com que essa condição pode se manifestar em diferentes fases da vida — da infância à vida adulta.

Uma das abordagens mais reconhecidas no acompanhamento de pessoas com TEA é a ABA (Análise do Comportamento Aplicada). Essa metodologia propõe o ensino de novas habilidades por meio de técnicas estruturadas e reforços positivos, respeitando o ritmo e os interesses de cada indivíduo. A ABA tem se mostrado especialmente eficaz no desenvolvimento de habilidades sociais, acadêmicas, comunicativas e adaptativas — promovendo maior autonomia e qualidade de vida.

É importante lembrar que, embora muito difundida entre o público infantil, a ABA também pode ser aplicada com ótimos resultados em adolescentes e adultos autistas, promovendo inclusão, desenvolvimento pessoal e adaptação à vida social e profissional. Com o apoio de uma equipe multidisciplinar e o envolvimento da família, a intervenção torna-se ainda mais potente.

Além da ABA, utilizo em minha prática a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que contribui significativamente para o manejo de questões emocionais como ansiedade, rigidez de pensamento, dificuldades com mudanças na rotina e comportamentos desafiadores. A TCC ajuda a ampliar a consciência sobre pensamentos e padrões comportamentais, favorecendo mudanças práticas e sustentáveis.

Tanto a ABA quanto a TCC oferecem um espaço seguro e estruturado para que pessoas autistas possam desenvolver suas potencialidades, lidar com desafios do cotidiano e conquistar uma vida mais leve, funcional e alinhada com suas próprias possibilidades.

Se você ou alguém próximo convive com o autismo, saiba que o apoio psicológico pode fazer toda a diferença. Cada pessoa é única, e as intervenções devem ser pensadas de forma individualizada, respeitosa e acolhedora.